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Quem é Negro no Brasil?

Quem é Negro no Brasil?
Quem é Negro no Brasil?

Autor: Ribeiro, Bruno de Oliveira

Editora: Appris Editora

Idioma: por
Ano: 2022
Idioma: por

R$ 61,00

Frete Grátis Brasil

Prazo de entrega:

Sul e Sudeste de 5 a 7 dias

Centro-Oeste, Norte e Nordeste de 10 a 15 dias

A pauta das Ações Afirmativas conseguiu congregar grande parte da sociedade brasileira a dialogar sobre a questão racial nacional. Antes de essas ações serem políticas federais, por força da Lei 12.711, em 2012, elas foram implementadas vagarosamente em universidades e órgãos do Estado, em níveis municipais, estaduais e federais, fortalecendo e possibilitando que movimentos negros locais pudessem participar, protagonizar e se organizar na defesa de tais medidas. Esse processo, ainda que menos narrado, por não o foco de análise desta obra, é de politização social e, por meio dele, imprensa, escolas, universidades, pais, advogados e vários outros importantes atores sociais foram construindo seus posicionamentos em torno, principalmente, das cotas, mas, de alguma maneira, também das questões raciais do Brasil. A questão “Quem é negro no Brasil?” ainda suscita debates acalorados. Tratamos dela como uma questão identitária que consegue desestabilizar as bases clássicas de um Estado-nação, questionando a identidade nacional, as instituições sociais e as práticas culturais mais cotidianas, rasurando representações sociais e contando as histórias de vários silenciamentos. Esse potencial é assimilado e transformado em procedimento técnico-administrativo. Em nosso entender, para essa questão, há uma gama de possibilidades de respostas individuais e coletivas que são impossíveis de serem inscritas, sem prejuízo, em instituições sociais e pela linguagem jurídico-burocrática. As formas jurídicas tendem a estabilizar posições de sujeitos e essencializá-los. Políticas de diferença, como as Ações Afirmativas, cumprem o papel de revelar mecanismos mais sutis de desigualdade social, bem como de questionar o fazer político, criar brechas para novas formas desse fazer político e reinventar parcelas de democracia. Novamente podemos afirmar que é esse o potencial que está sendo anestesiado ao burocratizar a identidade negra nas políticas afirmativas, apesar do fato de poder ser um movimento estratégico. Dado o contexto político do país, também representa uma nova forma jurídico-institucional de lidar com as identidades negras, cuja extensão ainda não é mensurável.

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