Menu
Your Cart

O boulevard da república: um boulevard-cais na Amazônia

O boulevard da república: um boulevard-cais na Amazônia
O boulevard da república: um boulevard-cais na Amazônia

Autor: Nunes, Marcia Cristina Ribeiro Gonçalves

Editora: Appris Editora

Idioma: por
Ano: 2020
Idioma: por

R$ 121,00

Frete Grátis Brasil

Prazo de entrega:

Sul e Sudeste de 5 a 7 dias

Centro-Oeste, Norte e Nordeste de 10 a 15 dias

Na cidade haussmanniana constrói-se uma imagem urbana que se assemelhava à modernidade onde estavam vinculadas o traçado e o calçamento das vias públicas, um novo tipo de arquitetura definida, em que o imóvel integra-se no espaço público por meio de uma projetação regulamentada. Antônio Lemos assume a Intendência de Belém pelo período de 1897 a 1911 e adota um espelho de urbanismo do "tipo haussmanniano", conforme conceituou Pierre Pinon: um urbanismo idealizado para uma realidade amazônica, com condições geográficas, climáticas, governamental e populacional totalmente diferentes de Paris. O espaço público - a rua, o passeio, as edificações e as praças, o espaço da mobilidade - será percebido no Boulevard da República à beira da Baía do Guajará. O glamour desse boulevard-cais era totalmente diferente de um boulevard parisiense. Saem as vitrines chiques com seus espelhos e vidros e entram em cena o porto e os mercados da cidade - o Mercado de Peixe e o Mercado de Carne, um empório comercial. No porto o movimento era em função da chegada de estrangeiros, dos estivadores, dos carregadores de produtos importados e exportados, dos serviços de trabalhadores estrangeiros que traziam a nova técnica de edificação à Belém que se fazia civilizada. Os mercados e as casas comerciais fazem dele uma "praça" em que as relações sociais são produzidas tendo por referência o dinheiro, elo essencial entre os indivíduos modernos. Local em que transitam pela rua pavimentada de paralelepípedos ex-escravos, as classes trabalhadoras, mãos de obra importadas para os serviços de infraestrutura da cidade, transitam as empregadas domésticas que vão fazer compra, os portugueses com cesto na cabeça, a vendedora de cheiro e gente que chega do interior, gente que chega do seringal e gente muito bem vestida porque as casas financistas, as casas aviadoras estavam nesse circuito. Em termos de movimentação social, em razão das atividades comerciais e portuárias ele se tornou um local de circulação intensa da diversidade da população que circulava e de mercadorias, porque tinham casas de tudo ali: casas de consignações, casas de ferragens, exportadores, importadores, hotéis etc., todos misturados e convivendo da mesma forma. E por meio do boulevard-cais, chega a modernidade a Belém.

Escreva um comentário

Você deve acessar ou cadastrar-se para comentar.