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Juncos ao vento

Juncos ao vento
Juncos ao vento

Autor: Deledda, Grazia

Editora: Carambaia

Idioma: por
Ano: 2015
Idioma: por

R$ 74,90
  • Disponível: Indisponível
  • Editora: Carambaia
  • ISBN: 9788569002024

Frete Grátis Brasil

Prazo de entrega:

Sul e Sudeste de 5 a 7 dias

Centro-Oeste, Norte e Nordeste de 10 a 15 dias

Juncos ao vento, de 1913, é o romance mais lido e traduzido da italiana Grazia Deledda (1871-1936), a segunda escritora mulher a conquistar um prêmio Nobel de Literatura (1926) – e a única em seu país até hoje. O realismo decadentista de seu texto retrata e se alimenta da Sardenha, sua terra natal. A singularidade da região abriga a dureza da vida de personagens em um ambiente marcado pela beleza da natureza, pobreza, religiosidade e folclore, que perpassam seus mais de trinta romances e inúmeros contos. Obra-prima de Deledda, Juncos ao vento revela ao leitor esse microuniverso sardo usado para discutir questões humanas que extrapolam as margens da ilha.

Em um texto sem floreios, permeado pelo humor amargo e fatalista dos diálogos, a autora conta a história das irmãs Pintor, mergulhadas numa ruína personificada na figura de seu leal serviçal Efix, remanescente de um período mais abastado. A esperança de dias melhores surge com a chegada de um sobrinho com um passado desconhecido. Deledda retrata de modo paralelo o mundo da natureza e o da cultura, partes inseparáveis de um universo conhecido, em que a sociedade, em sua lenta transição, faz lembrar as estações do ano se sucedendo, inevitáveis.

Grazia Deledda publicou ao todo mais de trinta romances, bem como inúmeros contos – cerca de quatrocentos –, várias coletâneas de poesias, alguns ensaios e peças teatrais, além da tradução para o italiano do romance Eugénie Grandet, de Honoré de Balzac. Mas o acontecimento que certamente projetou a autora e suas obras no fim dos anos 1920, após ter alguns de seus textos traduzidos, principalmente para o francês, foi o fato de ela ter sido indicada e agraciada com o Nobel de Literatura de 1926, “por seus escritos idealisticamente inspirados que, com clareza plástica, retratam a vida como ela é em sua apartada ilha natal e com profunda compreensão tratam de problemas humanos universais”, como justificou a Academia Sueca.

Como assinala Maria Teresa Arrigoni no texto de introdução à edição do livro, a Sardenha está presente em toda a obra de Deledda. “Cultura popular, encontro com pessoas de seu entorno, contato com as lendas e os costumes do povo sardo, tudo isso será motivo de reflexão sobre a região em que morava e ocasião de ‘compreender seu alcance cultural em sua especificidade e em suas potencialidades narrativas’, como analisa o ensaísta Giulio Angioni.” Arrigoni ressalta também em Juncos ao vento a utilização, pela autora, de termos e provérbios, canções e imprecações em língua sarda, acompanhados da tradução em italiano nas breves notas de rodapé inseridas pela própria escritora.

Sobre a edição

Juncos ao vento foi traduzido por Maria Augusta Mattos e o livro traz uma introdução escrita por Maria Teresa Arrigoni, professora aposentada da Universidade Federal de Santa Catarina e especialista em literatura italiana, que retraça a trajetória da autora, retoma a movimentada história da Sardenha e mostra como a obra de Deledda vem sido retomada pela crítica italiana nos últimos anos.

O projeto gráfico, feito pelo estúdio Campo, inspirou-se em um artesanato tradicional da Sardenha, feito a partir do junco trançado. Essa trama – òrriu, em sardo –, reproduzida graficamente na capa do livro, está presente em tecidos, esteiras, tapetes e cestas produzidos na ilha italiana há várias gerações. O livro é encadernado em brochura com baixo relevo, envolto em sobrecapa em papel de baixa gramatura. A ideia é que o livro se mostre leve e maleável como um junco, que se retorce ao vento, imagem presente em todo o romance.

O texto foi composto com a fonte tipográfica Amalia, criada pelo croata Nikola Djurek. O nome do tipo é uma homenagem a sua avó, Amalia, uma mulher extremamente habilidosa na caligrafia desenhada com caneta-tinteiro ou bordada em toalhas de jantar. Com suas serifas arredondadas, o caractere tipográfico também remete ao junco, que tem o mesmo desenho na extremidade de suas folhas.

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Etiquetas: Deledda, Grazia