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Gameleira

Gameleira
Gameleira

Autor: Ferreira, Flávio Rodrigo Freire

Editora: Appris Editora

Idioma: por
Ano: 2022
Idioma: por

R$ 65,00

Frete Grátis Brasil

Prazo de entrega:

Sul e Sudeste de 5 a 7 dias

Centro-Oeste, Norte e Nordeste de 10 a 15 dias

Uma serra fincada no meio da caatinga com uma nascente de água em seu topo é o palco de uma longa história de ocupação que inclui a presença indígena, refúgio de pessoa escravizada e, posteriormente, chegada de uma família de retirantes. A nascente ficou conhecida como “olho d'água” e a sua localização serviu de esconderijo para aqueles que procurassem se livrar das perseguições do trabalho forçado. A Serra da Gameleira abriga uma história de resistência baseada em uma forte presença étnica com alianças entre negros e indígenas. Não é obra do acaso, a designação do local aparecer em registros de terra datados do século XVIII. O “tempo antigo e o tempo do cativeiro” emergem na memória social, invocado pelos moradores da Serra para trazer à tona acontecimentos que marcaram profundamente o passado daqueles que hoje vivem no local. O escravo Gídio Véi, possivelmente fugido de uma fazenda de gado da região, fez morada na Gameleira e, de certo, liderou um processo típico de aquilombamento que inclui suprir necessidades de subsistência, reproduzindo material, social e culturalmente. O trabalho com a terra ajudou a se fixarem no local. Resistência que encontrou morada na música, na dança e na festa. Assim como fez Fabião [Hermenegildo] das Queimadas, escravo da região do Potengi, famoso por ser poeta e conseguir o feito de comprar a sua liberdade tocando rabeca, Gídio Véi fez surgir uma longa tradição de rabequeiros e sanfoneiros na Serra da Gameleira. Hoje os descentes de Gídio Véi dão continuidade ao legado que herdaram e acenam orgulhosamente para um futuro com dignidade e cidadania. O livro Gameleira: serra, quilombo e forró, vem a público em oportuno momento. No dia 09 de dezembro de 2021 as Matrizes Tradicionais do Forró foram reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. Destarte, a obra apresenta uma equilibrada combinação entre etnografia cuidadosa, análise antropológica vigorosa e um resgate histórico minucioso. O resultado é inovador, contribuindo diretamente com a proteção da memória e do patrimônio étnico desta comunidade.

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