A ideia deste novo livro surgiu no período de isolamento social decorrente da pandemia de covid-19. Naquele período, nos deparávamos com os imensos desafios para a continuidade de nossas próprias pesquisas, planejadas a partir do trabalho de campo presencial, e as de nossos estudantes de pós-graduação que, com prazos apertados, necessariamente tiveram que adaptar o que haviam planejado. Talvez por parecer, durante a pandemia, que a experiência do trabalho de campo face a face estivesse tão distante que nos vimos empenhados em refletir sobre método, por saudade, ceticismo ou por uma demanda prática de revermos nossas possibilidades. Optamos por realizar uma chamada ampla e aberta de contribuições, divulgada fartamente, sem qualquer especificação sobre temas e lugares de pesquisa O resultado da seleção dos textos o leitor encontrará nestes oito capítulos deste livro.
“Os outros agora somos nós. Os objetos são sujeitos (na verdade nunca deixaram de sê-lo) e contestam as verdades cristalizadas de um mundo acadêmico em desconstrução (ou em ruínas?). Nada de exotismo, objetificação ou empatia quanto aos problemas de pesquisa. Aqui, as experiências etnográficas incomodam, torcem, perguntam, negam aquilo que poderia ser pensado, nas teorias clássicas, como dado. As fronteiras estão borradas. Não há necessariamente um lado. Os conflitos ontológicos, epistemológicos e políticos emergem em diferentes posições. Em tempos pandêmicos e de inúmeros conservadorismos, antropologias outras vão sendo tecidas, entre mundos, impelindo as pesquisas a apresentarem visões caleidoscópicas que não oferecem soluções fáceis. Entre teoria e prática, os textos refletem sobre estratégias de trabalho de campo, negociações com os anfitriões e interlocutores, dilemas entre posições políticas, riscos e contágios não previstos.
Como fazer? Nunca existiu receita, mas o gosto pode ser prazeroso ou azedo...”
- Silvana de Souza Nascimento
Com textos de: Tiago Nogueira Hyra e Chagas Rodrigues, Tadeu Lopes Machado, Stephania Gonçalves Klujsza, Natânia Lopes, Karina Kuschnir, José Miguel Nieto Olivar, Jaqueline Ferreira, Guillermo Vega Sanabria, Clarice Cohn e Pedro Paulo Gomes Pereira.
No princípio era uma bíblia cor-de-rosa, a origem de tudo reescrita. E aí tem: Björk, libélula, incenso, Tetine feat. Claudia Wonder, bombom belga, ca..
A Ilíada narra os eventos próximos à queda de Troia. Seu fio condutor, explicitado já no primeiro verso do poema, é a ira de Aquiles. Essa ira devasta..
Este não é apenas mais um livro sobre a dor, a morte, o sentimento e as sensações de perder alguém muito próximo. É mais: um relato duro, perplexo, de..
Neste livro, professores-pesquisadores da área de Ciências Humanas problematizaram a ascensão das políticas antidemocráticas, procurando evidenciar a ..
O livro que o leitor tem em mãos oferece uma perspectiva renovadora e empiricamente rica para se compreender a ação dos movimentos sociais e dos ativi..
Obra central na carreira sociológica do autor, este livro constrói uma correspondência entre práticas culturais e classes sociais, evidenciando as rel..
Por meio da devoção sacrificial, corpos sacrificados, identificados ao corpo do Cristo sofredor, passam de vítimas desorientadas pelo sofrimento a age..
“A fenda” é composta por uma coletânea de poemas de Marco Antonio de Abreu Scapini. Trata-se de um testemunho da sobrevivência da palavra desde sua pr..
A que ponto chegamos? Realmente vai ser necessária muita criatividade para escaparmos de um ponto final do jeito que a coisa anda, dois pontos: traves..
A literatura produzida por mulheres tem recebido, nas últimas décadas, maior atenção e reconhecimento em nível global. Configura-se, contudo, ainda co..
A ideia deste novo livro surgiu no período de isolamento social decorrente da pandemia de covid-19. Naquele período, nos deparávamos com os imensos de..