Consciência política e socialização pela internet: o eleitor universitário

Os acontecimentos políticos dos últimos anos no Brasil afetarão profundamente a história republicana do país e demandarão estudos aprofundados das diversas áreas do conhecimento acadêmico, dentre as quais a Ciência Política, o Marketing Político, a Sociologia e a Psicologia Política. A política dividiu o país e se tornou assunto dominante nos noticiários e redes sociais. Em um momento de transição tecnológica, em que a internet se afirma como o veículo midiático de maior penetração, especialmente entre os universitários, este trabalho, cuja base teórica respalda-se sob o modelo de consciência política desenvolvido pelo professor Salvador Sandoval, apresenta considerações importantes sobre a influência da mídia emergente na formação da consciência desse eleitor. Esta obra identificou os determinantes psicossociais que atuam na formação da consciência política do universitário e a relação entre as variáveis da tríade constituída pela consciência política, voto e ideologia (esquerda/direita). Para a análise do comportamento eleitoral, consideramos os quatro modelos teóricos de maior notoriedade: o sociológico, o psicossocial, o da escolha racional e o da ideologia dominante. No cenário conturbado do segundo semestre de 2018, imersos em um sistema político notoriamente ineficiente, corrupto e com partidos políticos enfraquecidos, os eleitores brasileiros elegeram um novo presidente da República. Aquele tempo constituiu um momento sem paralelo para estudar o efeito da ampla disputa de narrativas, envenenadas pelas fake news, travada na arena da mídia emergente. A pesquisa direcionou-se aos estudantes universitários de diferentes instituições de ensino superior da grande São Paulo e de cursos de áreas distintas do conhecimento. Este livro, fruto do projeto intitulado A internet como instrumento para a formação da consciência política de eleitores universitários e sua relação com o voto (Vidigal-Coriolano, 2019), proporcionou o alicerce para o projeto, em desenvolvimento, de um modelo de comportamento eleitoral para sistemas políticos hiperpartidários, como o brasileiro, no contexto de extrema interatividade proporcionado pela internet móvel.